Ter uma Brasília amarela, dar um “rolê no chopis-centis”, viajar para São Paulo no lombo de um jumento e unir uma relação amorosa com tempero de comida. Se você lembrou ou cantarolou algumas músicas com referências nestas palavras, com certeza o que veio a sua cabeça foi saudade e nostalgia. Afinal de contas fazem nada mais nada menos que 17 anos desde a morte dos músicos da banda brasileira mais irreverente de todos os tempos: os Mamonas Assassinas.
A data, presente na lembrança de todos os fãs, traz de volta a tristeza de um dia trágico. Foi em 2 de março de 1996 que o avião que levava os músicos de Brasília para Guarulhos chocou-se contra a Serra da Cantareira.
Os Mamonas, deram adeus a uma carreira estrondosa que durou pouco mais de 7 meses, tempo mais que suficiente para arrecadar a venda de quase 3 milhões de cópias no Brasil e também criar uma legião de fãs em todo o país, que sabiam na ponta da língua todas as canções do grupo.
Os Mamonas Assassinas faziam uma mistura cômica de punk rock com influências de gêneros populares, eles foram também, responsáveis por plantar nas pessoas a semente da alegria, da diversão e da música como forma de expressar os assuntos banais. Tudo com muito profissionalismo e claro, muita irreverência.
Porém, no auge de suas carreiras, os integrantes:o vocalista Dinho, que completaria 26 anos dali a três dias, Samuel, que faria 24 anos em 11 de março, além dos outros integrantes, Sérgio, Júlio e Bento, foram vítimas de um acidente aéreo fatal. Em consequência do impacto em uma serra, a aeronave foi destruída. Uma operação equivocada do piloto é a versão do Departamento de Aviação Civil (DAC) para explicar o acidente com o jatinho. A morte trágica dos cinco causou comoção em todo o Brasil.
Os Mamonas Assassinas sempre tiveram uma certa relação com aviões.
Todos os integrantes do grupo moravam perto do Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos. Em algumas oportunidades o vocalista chegou a assumir o lugar do piloto durante as viagens do grupo. As brincadeiras com um possível acidente eram constantes, e diversas delas foram registradas.
No dia da queda, Júlio Rasec, tecladista da banda, em companhia de seu amigo e cabeleireiro, Nelson Da Silva Lima, declarou ter tido um pesadelo que um avião caia.
Como era de costume a conversa foi gravada em vídeo:o dialogo hilário é interrompido por uma expressão de preocupação do músico, após uma piada ele vira de costas para a câmera, volta novamente e diz: ”Não sei…Esta noite sonhei com um negocio assim…parece que o avião caia…não sei”, dizia Júlio com a mão na cabeça e diante disto o seu amigo lhe disse que iria rezar muito por ele.
No último show dos Mamonas, no final do espetáculo, todos os integrantes do grupo prestaram continência ao público presente, gesto que os militares fazem aos seus superiores, algo que eles nunca haviam feito antes em lugar nenhum.
E agora, para "matar a saudade", ouça os sucessos da Banda!
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Fonte: Revista Veja
Texto de Diego Vieira


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